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Mostrando postagens de novembro, 2015

Dona Benedita

Deroní Mendes (17/05/2011) - Apresento-lhes Dona Benedita, minha mãe e minha amiga. Sem dúvida, uma das pessoas mais especiais que conheço. Sou suspeita prá falar sobre ela, mesmo assim, me atrevo a falar. Nunca seria capaz de escrever algo altura do que ela merece “ainda que eu falasse e entendesse todas a línguas dos homens e dos anjos” ou que tivesse a sabedoria dos sábios e a inteligência dos filósofos não daria conta.  Seria impossível. Dona Benedita é tudo prá mim. Ela não perfeita, mas é única e especial. A mais especial e importante de todas as mulheres. Daria minha vida por ela. Filha única, dona Benedita perdeu sua mãe quando ainda eram um bebê de apenas 1 ano e meio. A lembrança que ela traz da mãe, minha avó, Dona Paula Fernandes Leite, são apenas as histórias contadas pelos parentes.

Pouca leitura: muito conhecimento e sabedoria sobre a vida e o mundo

Foto: André Alves - Papai e eu É realmente incontestável o saber que "os antigos" de comunidades tradicionais e indígenas sabem sobre o sol, a terra,  água e o comportamento das plantas, animais e insetos em detrimentos da incidência desses elementos. Quero registrar aqui com muito orgulho que meu pai, seu Germaninho é um exímio sábio. Um homem de "pouca leitura", mas de muito conhecimento e sabedoria  sobre o mundo e os seres a sua volta.  Um homem que entende e sabe diferenciar o som dos bichos e das aves em cada ocasião e principalmente sabe olhar as horas pelo sol independente da época do ano.

Sementes hibridas: insegurança Alimentar, exodo rural e concentração de terra

Seduzido, pela promessa de produzir, mais em pouco tempo a partir do uso das  sementes hibridas  ou convencional, o uso das sementes crioulas ou tradicionais foram abandonadas. Além, de produzir mais, sementes hibridas  são mais resistentes a pragas. Por outro lado, estas mesmas sementes exigem grande quantidade de insumos (herbicidas e agrotóxicos) que além de não fazer bem a saúde e ao meio ambiente, custam caro.

A roça, o quintal e a natureza ao nosso redor

Muito tempo se passou, desde que sai do sitio para estudar na cidade aos 11 anos, no entanto, a lembrança ainda é muito viva em minha mente sobre os lugares das roças  o que agricultores,  cultivaram a terra, até que tardiamente, os resquícios negativo da revolução verde que iniciou-se no México por vota de 1940 e se alastrou mundialmente  influenciando  a politica agrícola mundialmente entre as décadas de 1960 e 1970, também chegou lá.

Coco, Coqueiro: O babaçu

Como já explicado em posts anteriores, o nosso sítio ficava  longe da cidade em uma área de difícil acesso. Como não tínhamos condições financeiras, logo este era um lugar de difícil locomoção para nós.  Era uma região onde as cheias se estendiam por longuíssimos meses (dezembro a junho). meu pais retiravam da terra e natureza tudo para a nossa alimentação, exceto, o trio de outro:  açúcar, sal e café. Nenhuma planta marcou mais a minha infância quanto o babaçu.  Era praticamente a arvore da vida. Uma planta multifuncional da qual nossa família utilizava quase tudo. Exceto, palmito. isso mesmo, exceto o palmito.

A parte que cabe a filhos e filhas na Terra dos pais

Seu Germaninho e Dona Ditinha tiveram  11 filhos (09 mulheres e 02 homens), eu sou a antepenúltima filha do casal. Não cheguei a conhecer o meu avô Veríssimo e lembro da minha avó, dona Inês já em em uma cadeira de rodas vitima  derrame.  Ainda quando pequena já questionava o motivo pelo qual apenas os meus tios tios e suas esposas e filhos moravam no nosso sítio , já minhas tia não.

Era só mato e água

Sempre foi uma incógnita para mim como meu avós,  pais  do meu pai chegaram naquele  lugar tendo em vistas as características do relevo e da hidrografia da região, bem como  a infraestrutura e o poder financeiro deles na época. Longe, da cidade e outras comunidades ou vilarejos e  cercada por imensas lagoas que chegavam se encontravam com rio entre e novembro a junho. De acordo com meu pai, Antes de fixar moradia  onde hoje é o nosso sítio, meu avô e os filhos sempre trabalharam fora para sustentar a família.

Germaninho e Ditinha: Vila Bela, Lei Áurea, Sítio 13 de Maio

Eu e minha família somos de Vila Bela da Santíssima Trindade, cidadezinha de cerca de 15 mil habitantes localizado no sudoeste  do estado de Mato Grosso. Bem na fronteira com a Bolívia. Cidade histórica fundada em 1752 pelos portugueses as margens do Rio Guaporé com a exclusiva finalidade de assegurar que os espanhol não ultrapassasse para esta margem do rio, já que havia sido encontrado ouro no outro lado da margem.