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Era só mato e água

Sempre foi uma incógnita para mim como meu avós,  pais  do meu pai chegaram naquele  lugar tendo em vistas as características do relevo e da hidrografia da região, bem como  a infraestrutura e o poder financeiro deles na época.

Longe, da cidade e outras comunidades ou vilarejos e  cercada por imensas lagoas que chegavam se encontravam com rio entre e novembro a junho.

De acordo com meu pai, Antes de fixar moradia  onde hoje é o nosso sítio, meu avô e os filhos sempre trabalharam fora para sustentar a família.
 Prestava serviço em fazendas, nesse caso ia com toda família e geralmente "tomava conta" da propriedade para o dono.  

Porém, se lembra que á naquela época  não era fácil permanecer nesse tipo de serviço tendo   com uma família grande. A solução era os "filhos homens" mais velhos prestar serviço em outras localidades.  Meu avô , seu Veríssimo resistia a esta ideia de deixar os filhos tão novos aventurar-se mundo a fora  correndo o risco de ser explorados, ou sofrer acidentes, envolver em brigas e acabar sendo mortos, então vez em quando, voltava com toda família para cidade. Deixava minha avó , dona Inês com as filhas e os filhos caculas e partia com os filhos mais velho em busca de trabalho.

Ainda adolescente, na companhia do meu avô, meu pai conta que viajou para várias cidades do estado e de Rondônia abrindo estradas, escola e extraindo seringa e poaia. Ausentavam-se da família por meses. "não tô bem lembrado qual dos irmãos que saímos a mamãe estava "esperando" (grávida) de pouco tempo e quando voltamos ele já tava grandinho, quase sentando já", conta.

Entre as idas e vindas, trabalhando "cuidando de terras dos outros", mudou-se para uma localidade chamada Boqueirão,  onde em uma festa em outra comunidade próxima de nome Alegre, um compadre do meu avô  disse a ele que havia um lugar próximo dali sem ninguém, que embora ficasse alagado grande parte do ano, tinha terra boa prá roça e achava que ele (meu avô) e os filhos homens conseguiriam "abrir " o lugar , fazer roça e viver bem. 

Vovô que andava descontente com os contantes desentendimento entre os filhos e e filhos de outros vizinho, viu a oportunidade de "evitar mal maior" e de lá mesmo, partiu com o meu pai e o tio Apolônio para uma reconhecimento da área.  "dessa vez mesmo já meio que levantamos uma casinha, meu pai voltou. levou mamãe e o resto das crianças para vila e nóis dois ficamos lá abrindo e procurando onde dava prá fazer roça, poço, onde que dava prá pescar...Papai voltou com Ió (tio urbano) e depois quando já tava pronto fomos buscar todo mundo".

Assim, nasceu um lugarejo "rodeado" por água que deram o nome de Várzea de são José, onde ]por alguns anos viveu apenas seu Veríssimo, dona Inês e seus filhos 09 filhos: Germano, Efigênia, Urbano, Apolônio, Jerônima, Orestes, Agenor, Celina e Inocêncio. 

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